Estreia o ciclo de cinema “Subterrâneo Brasil”
No dia 14 de novembro aconteceu a primeira edição do “Subterrâneo Brasil”, que exibiu o documentário “Amazônia, a nova Minamata?” (2022), do diretor Jorge Bodanzky, que esteve presente para uma conversa após o filme. O evento também contou com uma introdução do filme oferecida pela Profa. Dra. Mayara Ribeiro Guimarães (Universidade Federal do Pará). O ciclo de cinema brasileiro é organizado pelo Dr. André Masseno (UZH) e contou com o apoio do Centro Latino-americano da Universidade de Zurique e da Cátedra de Estudos Literários e Culturais Latino-americanos da UZH.
Mais informações sobre o projeto:
“Subterrâneo Brasil” é um ciclo de cinema brasileiro que pretende exibir uma obra a cada semestre. O objetivo principal do evento é fomentar uma discussão sobre o contexto cultural brasileiro, a partir de expressões estéticas cinematográficas, seja no campo da ficção ou do documentário, e que tratem de questões sociais, políticas e/ou ambientais da região. Esse aspecto é evidente no próprio título da atividade, que advém da urgência de revisar e visibilizar as tensões do Brasil contemporâneo em seus mais distintos espectros e que se encontram soterradas seja pelos discursos oficiais, seja pela naturalização e sistematização histórica das desigualdades no país, e que, por sua vez, se conectam com a atual fase do capital neoliberal.
A primeira edição, ocorrida na Sala de Cinema do Museu de História Natural da Universidade de Zurique, discutiu sobre o impacto socioambiental do extrativismo dentro da região amazônica. Para isso, foi exibido o documentário “Amazônia, a nova Minamata?” (2022), de Jorge Bodanzky – cineasta brasileiro que há décadas se dedica à discussão sobre o impacto do capitalismo extrativista na Amazônia brasileira, seja no campo madeireiro ou da mineração. O mencionado documentário acompanha a saga do povo indígena Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral, enquanto revela como a doença de Minamata, resultante da contaminação por mercúrio, ameaça hoje os habitantes de toda a região amazônica.